Produtos fazem sucesso no Brasil e no exterior.
No Distrito Federal, o empreendedorismo social estimula o artesanato. O trabalho, feito em comunidades carentes e áreas rurais, gera renda para as famílias trabalhadoras e os produtos fazem sucesso no Brasil e no exterior.
As feiras de presentes e design movimentam uma das principais atividades econômicas do Brasil: o artesanato. Um evento em São Paulo, por exemplo, reúne talentos do país inteiro. Um grupo do Distrito Federal conquistou espaço nesse mercado disputado. As artesãs participam de oito feiras por ano e vendem bichinhos feitos em crochê.
“Nós estamos divulgando nosso trabalho, divulgando os trabalhos dessas mulheres que viviam no anonimato e que não tinham como fazer a comercialização”, diz Miraci Oliveira, da Associação de Produção Artesanal
As feiras de presentes e design movimentam uma das principais atividades econômicas do Brasil: o artesanato.A sede da associação fica em Santa Maria, cidade-satélite de Brasília, a 26 quilômetros do centro da capital federal. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) trabalha com mais de 100 grupos no projeto de desenvolvimento do empreendedorismo social. A ação já beneficiou 10 mil pessoas.
“É um projeto de inclusão social por meio da geração de trabalho e renda, onde a gente capacita na técnica, capacita no empreendedorismo. Elas aprendem a empreender. Aí tem a inserção do design, desenvolvimento de produtos e o acesso ao mercado. Então o projeto vai do fazer, aprender a fazer, até o mercado”, Antonieta Contini, do Sebrae de Brasília.
Criatividade
O Sebrae contratou um designer para ajudar o grupo a desenvolver um conceito visual. Renato Imbroisi criou a coleção bicho homem. O que mais faz sucesso é a linha que inclui frutas e bichinhos.
“É um produto que vai desde a classe, assim uma classe A compra esse produto, a classe B, a classe C, a classe D”, diz Imbroisi.
As artesãs produzem cinco mil bichinhos por mês. As peças são costuradas em 2 mil panos de prato e toalhas. O lucro é dividido de acordo com a produtividade. “Se você produz quinhentas peças, você vai receber por quinhentas peças produzidas”, diz Miraci.
O ambiente de trabalho não poderia ser melhor. “O negócio é você trabalhar com amor e carinho. Se você tem amor a aquilo que você faz, tudo sai bom”, afirma a artesã Maria Luzilene Rocha.
As mulheres colocam a conversa em dia enquanto bordam. Mas os olhos ficam atentos ao movimento das mãos e das agulhas. Se errar um único ponto “tem que desmanchar e fazer tudo de novo”, diz a artesã Ana Zélia Alves.
Maria de Fátima Carvalho está no grupo desde o começo. O bordado rende entre R$ 150 e R$ 300 por mês. A atividade resolve um problema comum de mulheres nessa faixa etária. “Hoje em dia é difícil para a meia idade arrumar emprego”, afirma.
Produção
Em um dia, cada artesã faz dez pererecas, ou trezentas pimentas. Nenhuma peça fica encalhada no estoque. O artesanato candango também tem clientes no exterior, já que 30% das peças são vendidas para lojistas da Espanha, Portugal, Suíça e Estados Unidos. Agora, as crocheteiras querem entrar no mercado africano.
“Na nossa associação, nós já recebemos um grupo da África (...), uma assessoria do Nelson Mandela que veio conhecer o nosso projeto”, revela Miraci.
O crochê também ajuda na integração das famílias em comunidades carentes. Mãe e filha, por exemplo, bordam lado a lado. “Eu sinto muito orgulho, tanto de mim, e a minha mãe faz também, né? Isso é um orgulho para a família inteira”, diz a artesã Ana Cláudia Carvalho Araújo.
O Ministério da Ciência e Tecnologia e o Sebrae já investiram R$ 1,5 milhão no projeto. Há espaço para novos grupos de artesanato.
“Eu vejo como uma vocação do Distrito Federal, porque nós temos o Brasil, mulheres de todas as regiões, que trouxeram essas tipologias, essas vocações, e com a inserção dos designs criamos uma identidade diferenciada, uma identidade do Distrito Federal”, afirma Antonieta.
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