O governo apresentou proposta que reduz a área afetada de 893,48 hectares para 508,36 hectares. Com a mudança, o projeto de lei foi aprovado, em primeira discussão, no plenário da Assembleia
Pressionado pela bancada parlamentar de oposição e pelos ambientalistas, o governo de Pernambuco decidiu flexibilizar o projeto de lei que suprime parte da vegetação nativa de Suape para a implantação do cluster naval. Depois de se reunir por duas vezes (segunda à noite e ontem no início da tarde) com os deputados Pedro Eurico (PSDB) e Lucrécio Gomes (PV), o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, apresentou nova proposta do governo para diminuir a supressão da área de mangue de 893,48 hectares para 508,36 hectares. Com a mudança, o projeto foi aprovado, ontem, em primeira discussão, no plenário da Assembleia Legislativa por 28 votos a favor e 11 contra.
O projeto original previa a supressão de 1.076,46 hectares de vegetação em Suape, sendo 893,48 ha de mangue, 17,03 ha de Mata Atlântica e 166,06 ha de restinga. Com a nova proposta, o total suprimido será de 691,26 hectares. “Não estamos abrindo mão do projeto, apenas decidimos dar atenção à opinião da sociedade sobre um tema que suscita discussão. Da maneira como ficou, conseguiremos atender às empresas que estão se instalando e as em fase de negociação, além de garantir a expansão do complexo até 2020”, acredita Bezerra Coelho.
Segundo a diretoria de Suape, a área vai permitir a instalação de seis estaleiros mais nove empresas do Projeto Suape Global, que atenderão ao cluster naval e ao polo de petróleo e gás. Os 15 empreendimentos somam investimentos da ordem de R$ 4,3 bilhões e poderão gerar 28 mil empregos.
Os deputados Pedro Eurico e Lucrécio Gomes tentaram reduzir a supressão do mangue para 250 hectares, mas o governo do Estado não cedeu. “Eu poderia me vangloriar do ajuste no projeto, mas não é isso que vou fazer. O que queremos é que o assunto seja debatido com profundidade. Crescer eliminando a natureza não é o que esperamos”, discursou. O deputado solicitou que a votação do projeto fosse nominal, mas os deputados da base governista conseguiram evitar. O líder do governo na Alepe, Isaltino Gomes, afirmou que o fato de a votação não ser nominal não fez diferença. “Por exclusão é possível saber quem votou contra e a favor”, disse.
COMPENSAÇÃO
Apesar da aprovação do projeto em primeira discussão, que dificilmente será revertido numa próxima votação, a diretoria de Suape garante que vai continuar discutindo os projetos de compensação ambiental.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Adriana Guarda
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