De 146 amostras de pimentão analisadas 92% mostraram irregularidade/Foto: Ana Sartelli |
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta quarta-feira, 7 de dezembro, dados do “Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos”, uma lista que contém os nomes de frutas, grãos, verduras e legumes com maior nível de contaminação por agrotóxicos no Brasil.
Das amostras de alimentos analisadas pela agência, referentes ao ano de 2010, 28% apresentaram limites acima do recomendável ou substâncias não aprovadas para o produto. De 18 alimentos examinados, o pimentão, o morango e o pepino lideraram o ranking dos mais contaminados.
O caso mais grave é o do pimentão com 92% das amostras irregulares, contra 63% dos morangos, 57% do pepino, 54% da alface e quase 50% da cenoura. O tomate, que já esteve no topo do ranking, hoje tem contaminação de 16%. Na beterraba, abacaxi, couve e mamão foram observadas irregularidades em cerca de 30% das amostras analisadas.
“São dados preocupantes, se considerarmos que a ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer.” - Agenor Álvares, diretor da Anvisa.
O alimento que saiu ileso foi a batata, que obteve resultado satisfatório em 100% das amostras analisadas.
Segundo Álvares, o problema de resíduos químicos em alimentos pode estar relacionado ao custo dos agrotóxicos. “Os pequenos produtores acabam comprando produtos baratos, mas inadequados para um determinado cultivo” explicou o diretor.
Como foi feita a pesquisa
O programa coletou as amostras em 25 estados do país e no Distrito Federal, apenas São Paulo não participou. Os 18 alimentos analisados foram: abacaxi, alface, arroz, batata, pepino, pimentão, repolho, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja, maçã, mamão, manga, morango e tomate.
“Essas culturas são escolhidas de acordo com a importância do alimento na cesta básica dos brasileiros, no perfil de uso de agrotóxicos para aquela cultura e na distribuição da lavoura pelo território nacional”, explica Álvares.
Após obtenção de todas as amostras, elas foram levadas para serem analisadas em diversos laboratórios como o do Instituto Octávio Magalhães, Laboratório Central do Paraná, Laboratório Central do Rio Grande do Sul e no Laboratório Central de Goiás.
De acordo com o diretor da Anvisa, o método empregado para analisar a presença de 167 agrotóxicos foi utilizada por países como a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Holanda e Austrália, a partir de tecnologia de ponta.
Cuidados que o consumidor deve tomar
O primeiro cuidado é saber a procedência dos produtos, optando sempre pelos que possuem origem identificada. Segundo a Anvisa a identificação irá aumentar o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos.
Optar por orgânicos e sazonais também são procedimentos recomendados pela a agência para obter um produto livre de agrotóxicos.
A lavagem correta dos alimentos e a retirada de cascas e folhas externas ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes apenas nas superfícies.
“Os supermercados também têm um papel fundamental nesse processo, no sentido de rastrear, identificar e só comprar produtos de fornecedores que efetivamente adotem boas práticas agrícolas na produção de alimentos”, afirma Álvares.
Fonte: EcoDesenvolvimento
Olá Geovana, isto tudo é uma loucura, hein?
ResponderExcluirAprendemos que grande parte dos nutrientes está nas cascas de algumas verduras e frutas, acho pouco provável que possamos descobrir a procedência do que consumimos , os orgânicos pela hora da morte ... Resultado: estamos ferradas ...È isso ?
abraços!
Realmente Eninha, concordo com você! Ter certeza da origem do que comemos é muito complicado, mesmo os alimentos possuindo os selos verdes. Acho que o ideal seria plantarmos o que comemos, pelo menos as folhagens, temperos, alimentos que não demoram para colher! Entretanto, nas grandes cidades inviável. Valeu!
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