Certificada pela Cetesb, CRB trabalha apenas com indústrias gráficas, de todos os portes e fatura R$ 1 milhão por ano.
O crescimento do setor gráfico no Brasil – a estimativa para 2010 é de 2,2% – tem gerado uma preocupação constante sobre o que fazer com os resíduos do parque industrial gráfico. Não há uma estimativa exata sobre o volume de resíduos gerados, mas, segundo dados da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica, cerca de 7% da produção de uma empresa do ramo vira resíduo.
Em geral, as empresas de coleta de resíduos gráficos operam apenas com grandes volumes, exatamente para diminuir os custos de logística. Aproveitando o vácuo do mercado, a CRB, uma pequena empresa paulista, criada em 2005, recolhe o lixo gráfico também em pequenas quantidades.
A indústria elimina lixo por vários processos. Alguns produtos, principalmente os sólidos, são amontoados em depósitos, enquanto que o lixo líquido é, geralmente, despejado nos rios e mares, de uma ou de outra forma. Para se ter uma ideia, entre 10% e 20% do lixo industrial pode ser perigoso ao homem e aos ecossistemas. Isso inclui produtos químicos, como o cianureto; pesticidas, como o DDT; solventes; asbestos e metais, como o mercúrio e o cádmio.
Certificada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), a CRB está apta a receber todos os resíduos gráficos, além de pilhas e baterias, lâmpadas florescentes e lixo eletrônico. Por enquanto a empresa atua focada no mercado gráfico. “Nosso objetivo é dar total consultoria às empresas sobre a destinação dos resíduos, um assunto ainda pouco tratado pelos empresários”, afirma o diretor Roberto Pereira.
Segundo a empresa, são recolhidas mensalmente cerca de 70 toneladas de resíduo cuja principal destinação é co-processamento para a indústria de cimento. Para fazer o descarte, a indústria gráfica precisa apenas do Certificado de Aprovação e Destinação Final de Resíduos Industriais (Cadri).
“Cada análise de caracterização do resíduo tem um custo de R$ 1 mil. Imagine que para cada resíduo é preciso uma análise; se forem cinco, serão R$ 5 mil, e depois a gráfica precisa tirar o Cadri para cinco lugares, o que dá um total de R$ 5 mil de documentação. O negócio fica inviável e, hoje, com o nosso trabalho, a gráfica vai pagar apenas a taxa do Cadri”, diz Pereira.
Com a consultoria da CRB, os clientes não precisam pagar novamente a análise, só arcando com os custos do Cadri. “Queremos entrar nas empresas e ajudar a elaborar um projeto de gestão de resíduos, criando um projeto de sustentabilidade para o empresário”, diz Gedival Azzari Jr, proprietário da CRB.
Segundo ele, a empresa fatura R$ 1 milhão por ano, possui 5 funcionários, três caminhões e dois furgões. “Estamos no tamanho ideal e totalmente legalizados, com todas as certificações necessárias. Trabalhamos com a capital, a Grande São Paulo e algumas cidades do interior. Temos recebido muitos pedidos de empresas do Paraná e podemos atuar também naquela região em 2010”, revela.
A legislação obriga a empresa a fazer uma destinação correta de seus resíduos sob pena de multas altas em caso de desobediência. A legislação vigente prevê até a prisão do responsável pela empresa que causar poluição que possa provocar danos à saúde das pessoas, morte de animais e destruição das plantas.
Além disso, corre-se o risco de perder grandes clientes, já que empresas com certificação ISO são obrigadas a requerer o Licenciamento Ambiental no momento da contratação de serviços. Instituições de crédito também têm exigido o certificado de Licenciamento Ambiental para liberação de recurso na compra de equipamentos.
Além de cuidar de todas as etapas e incentivar, por meio de palestras, a maturidade do mercado, a CRB fornece ao cliente embalagens para acondicionar corretamente os resíduos. “Para resíduos líquidos, tambores fechados, e para os sólidos, tambores abertos. Depois de coletar os resíduos, a gráfica recebe dois certificados que comprovam o destino e o processo final do produto, conforme exigência da Cetesb”, diz Pereira.
A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abrigraf) está projetando para 2010 um crescimento de 2,2% para o setor, podendo ser superior caso o PIB ultrapasse a casa dos 5%. Em 2008, segundo o Estatuto Setorial da Indústria Gráfica no Brasil, foi aplicado cerca de R$ 1,6 bilhão em novas máquinas, recursos humanos, instalações e equipamentos. O Brasil possui hoje cerca de 19,5 mil gráficas, a maior parte micro e pequenas empresas, sendo que aproximadamente 35% concentram-se em São Paulo.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
Imagem: O Meio Ambiente e Cultura
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