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Guia da construção verde: Iluminação natural

Por Clara Corrêa
“A iluminação natural é energia pura, limpa e abundante nos países tropicais”,
lembra Bertolotti/Foto: chooyutshing
 Essencial para a vida na Terra, a luz é um fator importante quando se pensa em construir uma casa de forma sustentável. Seja para garantir uma iluminação adequada, poupar energia elétrica ou tornar o ambiente mais agradável, a luz natural deve ser planejada e aplicada em todos os cômodos.
Para o arquiteto e especialista em Conforto Ambiental e Conservação de Energia, Dimas Bertolotti, a avaliação da iluminação de um ambiente pode ser vista por dois aspectos. Um é quantitativo e leva em consideração os níveis mínimos de iluminação para que os usuários de determinado ambiente possam desenvolver suas atividades com segurança e produtividade.

O outro é qualitativo e pondera como estas atividades podem ser realizadas com conforto visual e bem-estar, evitando doenças visuais, fadiga e depressão. “A iluminação natural pode oferecer maior quantidade e melhor qualidade de luz por um custo muito menor”, avalia Bertolotti.

Mais luz, menos eletricidade
Segundo a doutora em Tecnologias Energéticas e Ambientais, Claudia Amorim, a energia elétrica usada em edifícios corresponde a 45% do consumo total de energia elétrica do Brasil. “O setor residencial é responsável, aproximadamente, pela metade deste consumo de energia elétrica, sendo a outra metade dividida entre os setores comercial e público”, informa.

Sendo assim, substituir as lâmpadas incandescentes pela luz natural é uma excelente alternativa para reduzir a conta de luz. “A iluminação natural é energia pura, limpa e abundante nos países tropicais”, lembra Bertolotti.

Para construir sua casa abusando da iluminação natural o arquiteto aconselha, antes de qualquer coisa, uma avaliação do clima local. “Ele condiciona o tipo de céu, a nebulosidade, o percurso do sol e fatores que influenciam a disponibilidade luz natural durante o ano”, diz.  
Um bom projeto e estratégias, como vidros prismáticos e iluminação zenital,
podem melhorar a penetração da luz natural nos ambientes/Foto: Tojosan

Somente com essas informações é possível pensar no projeto avaliando sua implantação, forma e orientação, dimensionamento das aberturas, disposição dos ambientes, protetores solares, materiais e cores de forma a calcular e simular a penetração da luz natural no seu interior durante todas as horas do dia e todos os meses do ano.

Além de um projeto bem realizado, outras estratégias podem melhorar a penetração de luz natural nos ambientes. Brises, prateleiras de luz, vidros prismáticos, geometria dos espaços e iluminação zenital são algumas delas.

Orientar a construção na direção Norte-Sul, evitar a entrada da radiação direta do sol, que podem causar o efeito chamado “ofuscamento”, no qual a quantidade exagerada de luz prejudica a visão, limitar a visão direta do céu e combinar a iluminação artificial com a natural são outras dicas valiosas.

“Quando atingidos os níveis satisfatórios de iluminação, podemos estabelecer estratégias de sombreamento e integração dos sistemas de iluminação natural com os de iluminação artificial, utilizando controles, manuais ou automáticos, de forma a otimizar a iluminação e economizar energia”, afirma Dimas Bertolotti.
Uma das técnicas usadas é evitar a entrada da radiação
direta do sol/Foto: kla4067

Os custos não devem ser empecilhos para quem quer utilizar uma dessas técnicas, diz o especialista. “Alguns estudos estimam que a utilização de técnicas e equipamentos para otimizar a luz natural representamo acréscimo de 1% no custo total da obra. Porém este custo pode ser recuperado através da economia de energia ao longo dos anos”, diz.

Luz e saúde
Mais do que uma questão de economia de energia, o uso da iluminação natural está diretamente ligado à saúde, bem-estar e produtividade dos moradores. Segundo Bertolotti, estudos comprovaram que estudantes americanos que frequentavam salas de aula iluminadas naturalmente demonstraram melhores resultados em testes de leitura e matemática, menor índice de faltas às aulas, maior crescimento e menos ocorrência de cáries.

“Nos países do Norte europeu, onde os invernos são longos e com dias curtos, foi identificada uma síndrome de depressão associada à ausência prolongada de luz natural”, conta.

Isso acontece porque os seres humanos dependem da exposição à luz natural para ativar uma série de funções fisiológicas. A ação da luz natural acelera os ciclos circadianos do corpo e faz com que ele coincidam com o ciclo diário de 24h.

Por isso, as pessoas que vivem diariamente em ambientes climatizados e iluminados artificialmente sentem, em algum grau, mudanças sazonais no seu humor ou comportamento, também conhecido como Desordem Emocional Sazonal (Seasonal Affective Disorder – SAD).

O uso da iluminação natural está diretamente ligado à
saúde/Foto: malik ml williams
"A evolução humana ocorreu devido à exposição à luz natural, incluindo os raios UV, e embora o esgotamento da camada de ozônio cause preocupação, não altera o fato de que a fisiologia humana depende de um certo grau de exposição aos raios UV”, afirmou.

Além de promover a sensação de bem-estar, a luz solar também é responsável pela a produção de vitamina D, sem a qual o cálcio não pode ser devidamente absorvido e utilizado.

“Existem pessoas que saem de manhã de seus apartamentos, entram na garagem, pegam o carro, vão para a garagem de seu local de trabalho, passam o dia todo em ambientes fechados com pouca iluminação e ventilação naturais e voltam à noite para casa, sem quase ter contato com a luz do sol. Uma rotina cotidiana como esta é um risco para a saúde física e mental. Investir em edifícios saudáveis teria um maior benefício para a população e um menor custo social”, conclui Bertolotti. 
Fonte: EcoDesenvolvimento

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