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Guia da construção: Decoração sustentável

14/06/10
Por Clara Corrêa

Depois de mostrar como construir uma casa sustentável desde a sua fundação até o jardim, é hora de finalmente decorar o seu lar, doce lar. Mas não pense que a sustentabilidade pode ser deixada de fora nessa última etapa. Com escolhas inteligentes e conscientes é possível montar seus espaços sem abrir mão do charme e do conforto e causando menos impactos ao planeta.

Móveis antigos e de demolição
A primeira opção quando você pensar nos móveis de sua casa é buscar lojas que vendem objetos antigos e de demolição. Você pode reformar ou dar uma nova serventia para mesas, cadeiras, vidrais e o que mais encontrar nesses locais.


Além de evitar que peças cheias de história acabem no lixo, você deixa de comprar produtos novos – o que reduz todos os impactos causados pela produção, transporte, comercialização e descarte desses novos móveis.

Uma porta de madeira antiga, por exemplo, pode ser transformada em uma mesa na sala de jantar. Basta lixá-la e pintá-la e escolher as cadeiras certas para acompanhar. Já o vaso de mesa tradicional pode ser substituído por uma chaleira encontrada em uma loja de móveis antigos ou pela louça herdada da vovó.

Com criatividade e bom senso é possível descobrir verdadeiras raridades e ainda poupar o meio ambiente.

Madeira certificada
Mas se você faz questão de objetos novos, fique atento e só compre produtos de madeira com certificado FSC de procedência. Com isso você inibe o comercio ilegal de madeira e estimula que mais lojas revendam produtos certificados.

A certificação florestal garante que determinada empresa ou comunidade obtém seus produtos manejando sua área florestal segundo determinados princípios e critérios. Essa madeira pode vir tanto de plantações (conhecidas como “reflorestamentos”) quanto de florestas nativas manejadas.

Existem dois tipos de certificações. Um diz respeito ao manejo florestal e certifica que a floresta foi utilizada de acordo com os princípios e critérios do FSC. A outra é certificação de cadeia de custódia e assegura as indústrias que processam e vendem produtos florestais, rastreando a matéria-prima desde a floresta até o consumidor.
Materiais alternativos
Além da madeira, você pode optar por materiais alternativos e mais sustentáveis. Porcelanato e cerâmica reciclada, fibra natural, couro ecológico, bambu, ladrilhos hidráulicos, pneus reciclado, pastilhas de coco, fibras obtidas em garrafas pets, aço inoxidável e borracha reciclada são alguns exemplos.

Consulte seu arquiteto ou decorador e visite lojas e sites especializados para saber sobre novidades e tendências. Também se informe sobre os produtos antes de comprá-los e verifique os impactos que ele causa no planeta.

Artesanato e produtos de cooperativas
Outra opção é comprar produtos artesanais e de cooperativas. Geralmente feitos de forma sustentável e utilizando materiais naturais, esses objetos são produzidos por artesãos e trabalhadores de pequenas comunidades e ajudam a gerar renda para essas famílias.

Dessa forma, além de deixar sua casa bonita com tapetes, colchas e outros objetos decorativos, você estará investindo em micro-empresários e organizações sociais e ajudando a manter economias de pequenas comunidades.

Eletroeletrônico com selo Procel
 
Quando chegar o momento de equipar sua casa com eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos, prefira sempre aqueles com selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel. Criado pelo governo para ajudar o consumidor a escolher os produtos que apresentam alta eficiência energética, esse selo garante que aquele equipamento vai consumir o mínimo de energia e reduzir os impactos ambientais.

Quanto maior a eficiência do produto (a letra “A” representa o nível mais alto de economia), mais caro ele pode ser. Mas lembre-se que a economia na conta de luz irá pagar a diferença da compra em pouco tempo.

Lâmpadas de baixo consumo
Na hora da iluminação, prefira sempre lâmpadas de LED ou fluorescentes para complementar a luz natural. Embora as lâmpadas de LED tenham uma eficiência energética menor do que as lâmpadas convencionais e um custo superior, elas consumem menos energia e ainda oferece uma vida útil muito superior.

Já as lâmpadas fluorescentes podem substituir com vantagens a iluminação convencional, pois duram mais, consomem menos eletricidade e já estão disponíveis em vários formatos e nas cores branca e amarela. Essas lâmpadas já podem ser encontradas facilmente em todo o país.

Produtos de qualidade e durabilidade
Uma questão fundamental na hora de comprar móveis e objetos de decoração é optar por produtos de qualidade e durabilidade. Apesar de quase sempre serem mais caros, produtos de qualidade podem durar mais tempo – o que evita a necessidade de comprar um produto novo pouco tempo depois da primeira compra. Assim, você economiza dinheiro a médio e longo prazo e diminui sua pegada no planeta.

Mas claro que isso nem sempre é possível. Se for o caso, escolha ao menos alguns móveis da sua decoração e procure levar para casa aqueles que você sabe que poderá contar por muitos anos.

Tintas naturais
Quando for pintar os cômodos internos e as áreas externas da casa, opte por tintas ecológicas. Elas são formuladas com matérias-primas naturais, sem componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo. A pintura a cal ou com tintas feitas a base de água, livre de compostos orgânicos voláteis (COVs) são as mais utilizadas.

Ao contrário das tintas com COVs, que liberam hidrocarbonetos aromáticos, as tintas a base de água não agridem a camada de ozônio nem prejudicam a saúde de quem as manipula e o ambiente onde são aplicadas. Mas atenção, além de não conter COVs, ela não deve ter pigmentos à base de metais pesados, fungicidas sintéticos ou derivados de petróleo.

Também evite usar tintas em spray e adote rolos e pinceis. O spray dispersa parte da tinta no ar, o que pode causa problemas respiratórios e alergias.

Agora que você conhece todos os passos para construir uma casa sustentável, mãos a obra! Essas dicas podem fazer a diferença e tornar a sua morada um lugar mais saudável para sua família e para o planeta.

Fonte: EcoDesenvolvimento

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